1993.
Não lembro o dia, nem mesmo o mês.
Lembro que era um sábado (ou deveria ser).
Eu, minha irmã, meu pai e minha mãe passeávamos na Av. Paulista.
Meu pai viu o anúncio que no dia seguinte teria uma apresentação dos Harlem Globetrotters no ginásio do Ibirapuera no dia seguinte e perguntou se a gente queria ir.
Mesmo sem saber muito bem o que era, topamos, claro (como sempre... repensando algumas coisas eu vejo como quase sempre a gente topava seja lá o que fosse... claro que entramos em algumas furadas mas, no geral, a gente se dava muito bem... mas não é esse o assunto desse texto).
Lembro de parar num lugar na Paulista pra telefonar para um amigo meu, perguntando se ele não queria ir também.
Sim, tivemos que parar para usar um orelhão.
Não tinhamos celular naquela época ainda.
(Depois de anos eu fui trabalhar no prédio em frente àquele orelhão, mas esse também não é o assunto desse texto)
Meu amigo não quis ir. Mas, tudo bem.
Seguimos em direção ao ginásio para comprar os ingressos para o dia seguinte.
O dia do jogo chegou e eu não me lembro se eu estava ansioso ou não.
Eu acho que sim, mas não me lembro.
Entramos no ginásio... eu lembro de achar lá muito grande.
O lugar era na arquibancada, mas estávamos na lateral da quadra, um lugar bom.
Não me lembro de muitos detalhes.
Lembro de um dos jogadores que usava um microfone e fazia e falava coisas num português americanizado. Coisas engraçadas. Piadas e enterradas. Muitas enterradas.
Lembro das brincadeiras que eles faziam, de chamar pessoas para a quadra, de jogar água na platéia, coisas assim.
Lembro deles chamando um molequinho pra fazer o lance livre... e lembro do molequinho acertando o lance livre.
Lembro de umas brincadeiras que eles faziam com a bola, como quando um dos jogadores arremessa para o lance livre, só que a bola está presa na mão dele...
Enfim, lembro de várias coisas.
Aí o tempo passou e, putz, inúmeras coisas aconteceram.
15 anos se passaram.
Eu aqui no Rio agora e com uma saudade imensa de certas coisas...
Aí o Harlem Globetrotters volta ao Brasil.
E, junto deles, todas essas lembranças.
Não tinha como deixar de ir... e não deixei de ir!
Ontem tava eu lá, sozinho, no Maracanazinho (Carol tava trabalhando... e ela não é muito ligada em esportes).
Fui de arquibancada mesmo... cheguei cedo e peguei um lugar muito bom.
De abertura teve um jogo com os caras da CUFA, um basquete de rua muito interessante.
Sempre quis ir ver os jogos lá em Madureira mas não faço idéia de como chegar lá... hehehe
Depois o evento principal.
Lá estavam eles. O Harlem Globetrotters.
Entrada feita, apresentação feita, vamos pro jogo.
Putz! Tudo igual! Tudo da mesma maneira que eu me lembrava!
Me emocionei em alguns momentos... deu saudade de muitas coisas...
Foi legal ver um monte de criancinha com os pais lá... me lembrou muito a vez que fui.
Enfim, enterradas daqui, piadas de lá e, claro, Harlem ganhando.
Eis que chega o momento de chamar uma criança pro lance livre.
Chamou lá um molequinho de 12 anos (a idade que eu tinha quando fui ver pela primeira vez). Ele foi pra linha do arremesso livre... arremessou e... acertou!
Eu ri. Pra mim aquilo tudo tinha muito mais graça do que pra todos os outros...
O jogo seguiu bem até o fim e praticamente tudo que eu me lembrava aconteceu.
Foi uma ótima recordação.
Foi uma ótima tarde.
Confesso que seria mais interessante se todos estivessemos juntos (eu, meu pai, minha irmã, a Carol e meu cunhado) mas tudo bem...
O jogo acabou e eu voltei pra casa.
Sozinho, no ônibus vazio, mas cheio de pensamentos agradáveis na cabeça...