E aquela do Português?
Minha vó confessou, novamente, que nunca mais coloca os pés num barco.
Ela ainda não esqueceu aquela viagem em 1955 onde ela ficou 14 dias no mar.
Pelo que ela disse, foram 14 dias sem condições de tomar conta do meu tio, só botando os bofes pra fora.
Coragem desses imigrantes né?
Meu vô veio pra Santos, subiu a serra e se instalou em Santo André.
Veio sem saber ao certo o que esperar daqui, só com a confiança e a idéia de ter uma vida melhor que a de lá.
Trabalhou pra burro. Sei que andava pelo ABC com uma carroça vendendo leite (se não me engano) e depois abriu um comércio.
E não foi uma padaria.
Ele teve um açougue.
Me lembro de ir ao açougue e ver meu vô com um avental branco, cheio de sangue, e com um facão na mão.
Era legal.
Quando eu era um pouco maior, na época de alguma Copa, perguntei se ele torcia pra Portugal ou para o Brasil.
Ele repondeu que era pro Brasil, que era a terra que ele tinha escolhido pra morar e fazer a vida.
Achei legal essa resposta dele.
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